Nada de Farol da Barra, Pelourinho, Igreja do Bonfim e Elevador Lacerda. Se um turista te perguntasse um local bacana em Salvador que fugisse dos destinos triviais, qual você indicaria? Segue oito pontos que esbanjam beleza e são cheios de “personalidade”. A maioria dos soteropolitanos já ouviu falar desses lugares, mas alguns não conhecem todos, já que não fazem parte do roteiro turístico convencional da capital baiana e são poucos explorados.
1º Largo de Roma
A beata Irmã Dulce e as obras relacionadas a ela são o atrativo do Largo de Roma. No local, fica a praça com o nome do “Anjo Bom da Bahia”. O equipamento é todo fechado com um belo gradil e tem um busto de oito metros da beata, que foi feito pelo artista plástico Bel Borba. O monumento feito em aço pesa 19 toneladas. A praça ainda conta com diversas placas com citações de Irmã Dulce.
Os turistas que queiram guardar uma foto de lembrança de Salvador podem aproveitar o letreiro com o nome da cidade instalado no local. A estrutura é decorada com a imagem da religiosa.
Quem tem filho pequeno pode aproveitar o parque infantil que tem na praça, onde também há diversas árvores. E é justamente o verde que faz a teleoperadora Sabrina Matos visitar o local frequentemente. “O ambiente é gostoso e o ar puro. É bom para caminhar e relaxar”, diz.
Em frente a praça estão as Obras Sociais Irmã Dulce e o Santuário da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres. A igreja foi erguida em 2002, no mesmo local onde a beata construiu o Círculo Operário da Bahia e o Cine Roma na década de 40. As relíquias do “Anjo Bom” estão depositadas no santuário, onde os fiéis fazem orações e pedidos para Irmã Dulce. O Santuário pode ser visitado diariamente entre 7 e 18 horas.
O Memorial Irmã Dulce também fica no Largo de Roma. O espaço conta a história da religiosa, além de abrigar mais de 800 peças, como objetos utilizados por Irmã Dulce, como seu hábito e a cadeira onde ela dormiu por mais de trintas anos cumprindo uma promessa. O Memorial funciona de terça a domingo, das 10 às 17 horas.
2º Praia do Cantagalo
Localizada na Cidade Baixa, a praia do Cantagalo é um dos poucos pontos do litoral de Salvador em que ainda há bares na beira da areia. Com estruturas simples, os estabelecimentos ficam em um nível mais alto do que a praia, mas as cadeiras são postas na areia.
O mar é calmo e apropriado para relaxar e para passeio com crianças. A praia é mais frequentada por moradores da região, que aproveitam o banho de mar ou fazem exercício na areia.
3º Forte Mont Serrat
Saindo da praia de Cantagalo, o Forte de Mont Serrat fica logo em seguida. O equipamento foi construído entre 1583 e 1587 e já é uma boa opção de passeio só para admirar sua arquitetura, mas o local ainda reserva outros encantos.
Do alto do forte há uma das mais belas paisagens de Salvador, já que é possível avistar a Baía de Todos-os-Santos, a Ilha de Itaparica e a Cidade Baixa. O policial militar de Sergipe, George Félix, foi aconselhado a visitar o local e concluiu que indicaria pela “bela vista”. Essas paisagens ficam ainda mais bonitas durante o pôr do sol, que atrai diversas pessoas no lugar.
Atualmente, o forte está fechado para visitação pública, mas pelos atrativos externos (vistas e contemplação da arquitetura) vale o passeio. Ah, se der sede, há uma barraca de coco ao lado do forte.
4º Ponta de Humaitá
Descendo a ladeira do Mont Serrat, você encontra a Ponta do Humaitá. Essa sem dúvida é uma das paisagens especiais da capital baiana. Não à toa é o primeiro lugar que o taxista Francisco Xavier dos Santos lembra quando um turista pede uma indicação de um lugar diferente.
“Muitos turistas não conhecem e tem uma vista muito bonita. Vale a pena visitar”, explica o taxista, que dessa vez levou a sobrinha de Brasília para conhecer o espaço.
Entre diversas fotos, Fabiana Rosa Martins disse que aprovou a sugestão do tio. “Realmente é muito bonito”.
O visitante também encontra infraestrutura de restaurante no local.
5º Porto dos Tainheiros
A visita ao Porto dos Tainheiros é para apreciar, seja a paisagem, seja os quitutes ali ofertados. É possível parar na rua e sentar na mureta para vislumbrar o colorido das embarcações paradas no mar da Ribeira. Ainda tem o vai e vem de pescadores.
Se quiser aliar a beleza da paisagem com o sabor de frutos do mar, existem duas opções: o restaurante Tijupá, que conta com uma varanda e uma agradável vista para a orla do Porto dos Tainheiros, ou o restaurante A Bordo, que tem um píer com mesas e cadeiras, de onde também é possível apreciar a paisagem.
Logo depois do Porto dos Tainheiros está a tradicional Sorveteria da Ribeira, criada em 1931. O local faz sucesso pelos mais de 60 sabores de sorvetes de frutas tropicais e exóticas. Mas vá preparado com dinheiro ou cartão de débito, já que o estabelecimento não aceita cartão de crédito.
6º Pedra Furada
Se você quer comer siri bóia – que tem a casca mais mole do que o caranguejo -, casquinha de siri e moquecas, o destino é a Pedra Furada. A rua é uma ladeira íngreme da Cidade Baixa, próxima a Igreja do Bonfim. A entrada é ao lado do Hospital Couto Maia. No local há diversos restaurantes especializados nesses quitutes.
Uma das opções é o Recanto da Lua Cheia, criado há 15 anos por Virgília Resch. O espaço conta com uma agradável varanda com vista panorâmica para a Baía de Todos-os-Santos, além de parquinho para as crianças. O mix de beleza e sabor atrai artistas e políticos para o local.
7º Solar do Unhão + Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM)
Esse é um destino dois em um. Primeiro vale percorrer o Solar do Unhão, que abriga o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). O espaço conta com o Parque das Esculturas, além da Sala Rubem Valentim com obras do baiano. O museu também promove exposições temporárias. Atualmente, adultos e crianças podem conhecer
“As Aventuras de Pirre Verger”, que segue aberta para visitação de terça a sexta até 31 de maio.
Quem visita o MAM no sábado pode aproveita a boa música JAM no MAM, que acontece a partir das 18 horas, durante o pôr do sol, criando um cenário harmônico com uma bela paisagem e Jazz com “sotaque baiano”. O ingresso para o JAM é R$ 3,00.
Já no domingo, às 16 horas, o diferencial é para criançada, apesar de adultos também serem convidados. O projeto desenvolvido pelo artista plástico Maninho Abreu propõe que o público pinte um painel montado no aprazível Pátio Flamboyant. A participação é gratuita.
Depois de visitar ao MAM, é possível observar a paisagem da Baía de Todos-os-Santos pela Comunidade Solar do Unhão. O acesso é pelo mesmo portão que leva ao MAM, mas seguindo pela esquerda, ao invés de entrar a direita. No local, há um estacionamento e uma escadaria que leva à praia. O local de mar calmo é procurado para realização de stand up paddle.
8º Passeio de trem
Depois de percorrer a Cidade Baixa, vale seguir para o bairro da Calçada, onde fica a Estação Ferroviária, que liga a Cidade Baixa ao Subúrbio Ferroviário. A Estação da Calçada foi inaugurada em 1860 e se chamava Jequitaia. Inicialmente, a viagem levava os passageiros para as cidades do recôncavo, mas o percurso diminuiu e hoje tem 13,5 km, entre a Calçada e Paripe. Nesse trajeto, há 10 estações.
O roteiro é feito todos os meses por cerca de 250 mil moradores do Subúrbio Ferroviário, mas além de um meio de transporte, os trens também servem como passeio turístico, por conta das belezas que eles desvendam. Durante toda a viagem, é impossível não se encantar com a vista da Baía de Todos-os-Santos.
Uma boa dica é descer na Estação de Plataforma e voltar para Cidade Baixa de barco pela travessia Plataforma-Ribeira. Mas antes de embarcar, vale uma parada no restaurante Boca de Galinha, que fica no bairro de Plataforma. O estabelecimento é famoso pelos pratos com frutos do mar, além de também oferecer uma bela paisagem.
As viagens de trem acontecem entre 6 e 19 horas, todos os dias. A passagem custa R$ 0,50 e R$ 0,25, meia. Idosos não pagam.
Matéria publicada no A Tarde online em 29 de março de 2015, pela sra. Paula Pitta
Link original: A Tarde Online